O plenário Senado rejeitou nesta terça-feira (19) a indicação do diplomata Guilherme Patriota para o cargo de representante permanente do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA). Patriota, que hoje é vice-chefe da Missão do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), 38 votos contrários e 37 favoráveis.
Guilherme é irmão do ex-ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota. A rejeição ao nome dele é mais uma derrota do governo federal no Congresso, já que a indicação do diplomata é atribuição da Presidência da República. A votação ocorreu momentos antes de o plenário iniciar a análise do nome do jurista Luiz Edson Fachin para ocupar cargo no Supremo Tribunal Federal, outra indicação feita pela presidente Dilma Rousseff.
Logo após o anúncio do resultado, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) pediu a palavra e afirmou que esta é a primeira vez que um diplomata de carreira tem o nome rejeitado pelo plenário do Senado. "Eu só quero lamentar, senhor presidente [do Senado], até onde a disputa político-partidária está indo aqui nesse plenário do Senado [...]. Eu acho simplesmente um fato lamentável o que aconteceu na tarde de hoje", disse o petista.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) respondeu retrucou a crítica do senador."É uma decisão do Senado Federal e nós temos que respeitar", disse Renan Calheiros (PMDB-AL) (veja vídeo ao lado). “Se a aprovação fosse automática, nós não precisaríamos fazer sabatina e apreciar no plenário”, completou.
O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), criticou a fala de Farias e afirmou que "causaria espécie" se o Senado fosse "apenas um chancelador" de nomes indicados pela presidente da República.
Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que integra a base do governo mesmo adotando uma postura crítica ao Planalto, disse lamentar a rejeição de Patriota. "Tendo em vista que é um diplomata com carreira comprovada, eu lamento. Considero um equívoco", disse Cristovam.
Antes da rejeição de Patriota, os senadores aprovaram a indicação do diplomata Paulo César de Oliveira Campos para o cargo de embaixador do Brasil na França. Campos recebeu 66 votos sim, 4 votos não e uma abstenção.
Também foram aprovadas as indicações de João Alberto Dourado Quintaes e Cícero Martins Garcia para as embaixadas brasileiras na República do Mali e na Geórgia, respectivamente.
Fonte: G1