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Partido de Morales defende quarto mandato para o presidente

Constituição proíbe terceira reeleição, mas setores do Movimento ao Socialismo já discutem formas de ‘constitucionalizar’ proposta que manteria líder boliviano na Presidência por mais cinco anos

LA PAZ — A possibilidade de uma nova reeleição para o presidente boliviano Evo Morales foi defendida em um congresso regional de seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), que, segundo Leonardo Loza, chefe da legenda na região de Cochabamba, trabalhará a partir de agora na busca por uma reforma constitucional que permita que Morales tenha chance de exercer um quarto mandato, entre 2020 e 2025.

Segundo Loza, a defesa da nova candidatura de Morales foi “unânime” e “coordenada”, e a proposta de “constitucionalizar” a decisão é apoiada por setores camponeses do partido. No entanto, outros nomes do partido se mostraram mais cautelosos. 

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— O MAS não está tratando deste assunto. É algo que deve ser considerado pelo presidente e pelo povo boliviano — afirmou na segunda-feira, o deputado do partido, Franklin Flores. — Mas temos que ser claros: trata-se do presidente com maior apoio popular.

A Constituição boliviana, em vigor desde fevereiro de 2009, proíbe uma terceira reeleição consecutiva, o que impediria os planos do MAS de manter Morales na presidência por mais cinco anos. No entanto, o partido alega que sua primeira gestão, realizada entre 2006 e 2010, não deve ser considerada, uma vez que o presidente foi eleito sob a constituição anterior.

— É preciso constitucionalizar a reeleição de nosso irmão Evo Morales — afirmou o dirigente camponês Rodolfo Machaca ao jornal “El Deber”. — Sua boa gestão, e as obras realizadas nos obrigam a tomar esta decisão, que será avaliada por nossa equipe legal.

O vice-presidente da Câmara de Deputados, Victor Borda, afirmou ao diário boliviano “La Razón” que seus colegas no MAS que representam setores sociais manifestaram a necessidade de levar a discussão à Assembleia Legislativa com base em uma proposta formal, mas garantiu que se trata de “iniciativas isoladas”, negando a existência de um “pronunciamento coletivo” na Câmara e no Senado.

Já a senadora Nélide Sifuentes, acredita que o MAS poderia decidir o tema em seu congresso partidário, em agosto, o que colocaria a discussão na agenda do Congresso.

— Teríamos que ver como poderíamos viabilizar a reeleição — afirmou a senadora. — Poderíamos promover um referendo.

Morales foi eleito para um terceiro mandato em outubro do ano passado, com 61% dos votos, impulsionado pelos sucesso econômicos do país. No entanto, no último dia 26 de abril, o presidente pediu a seu partido que comece a buscar um nome para sucedê-lo após as eleições de 2019.

O Globo